quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A Perigosa Paranoia Política

Paranoia: se refere a um sentimento de desconfiança persistente, excessivo e mal fundamentado." -Wikipedia.

Ultimamente, ando me deparado com alguns comportamentos muito estranhos por parte de colegas de faculdade. Como se estivessem a todo tempo com os braços levantados para proteger o rosto de possíveis ataques que pudessem se originar de qualquer pessoa à minha volta. Ou como se estivessem esperando o momento certo para levantar da cadeira, apontar o dedo e gritar "-Machista!" como uma declaração de vitória.

Sempre tentei me manter o mais neutro possível em relação a assuntos político-sociais. Sempre ouvindo todas as opiniões a respeito e refletindo sobre os pontos mais importantes. Inclusive, achei que essa forma era a mais comum de se comportar frente a tantos movimentos e correntes de pensamento diferentes que há por aí. Mas acabei descobrindo que mesmo no meio acadêmico, que supostamente deveria ser mais "culto", há um império de paranoias e irracionalidades.

Um caro colega, que frequentemente é alvo de opressões (palavrinha mais problemática essa!) por parte dos os outros, chegou uma vez a ser rechaçado de uma discussão por dizer simplesmente "-A vida não é fácil. Tu deve se acostumar a tomar umas porradas de vez em quando." O problema foi que ele disse isso a uma moça (mulher, menina, fêmea, XX, etc). E como boa paranoica, é claro que ela tomou a declaração como "opressão", e espalhou para todos que quisessem ouvir que o *amigo* era um machista opressor.

Desde que tomei conhecimento de certas situações envolvendo esse tipo de comportamento, confesso que me senti "oprimido" cada vez que estou presente nos vários círculos sociais dentro da universidade. Tenho que ficar atento a cada frase que formo na minha cabeça para que ao recitá-la em voz alta não haja chance de ela ser mal-interpretada, distorcida e recitada de volta em tom de "preconceito", "machismo", "opressão", "conservadorismo". E esse exercício me deixa exausto.

Então acontece uma sisão de pessoas e pensamentos. Acabo cada vez mais me cercando da menor quantidade de pessoas possível, pessoas que sei que não irão distorcer minhas frases, pessoas que irão dedicar ao menos algum esforço para compreender opiniões contrárias.

Moral da história: sou tomado como reacionário-machista-porco-capitalista pelas pessoas de fora do meu círculo, enquanto me considero apenas um estudante com pensamento livre.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Gastrite e Restaurante Universitário

Continuando com as coisas nem-tão-amenas da vida cotidiana, me sinto quase obrigado a compartilhar a minha frustração com distúrbios alimentares. A gastrite, condição que me acompanha já fazem uns bons anos, me causa situações incômodas que vão além da pseudo-cólica que me acossa regularmente. Na faculdade, chego quase a sofrer bulliyng,  visto que "não posso comer a comida do R.U. já que passo mal" soa como "fui criado à Toddy e Ovomaltine, meu estômago é refinado demais para essa comida da plebe".


Acontece que um buffet livre pelo preço de R$1,30 definitivamente têm quantidades absurdas de bicarbonato de sódio, muito usado naqueles "restaurantes de pedreiro", onde a comida é barata e o pessoal come demais. O bicarbonato de sódio é usado em pães e bolos para melhorar a textura, em vegetais para realçar a cor enquanto cozinham, mas no estômago, ele neutraliza o ácido clorídrico, o que dificulta a digestão e é sabido que causa mal-estar em quantidades mais elevadas, imagine esse resultado em um estômago já machucado pela gastrite.


O resultado de se adicionar o bicarbonato de sódio na comida é uma sensação de "inchaço", uma falsa satisfação alimentar que impede as pessoas que comerem pelas orelhas em um buffet livre. E se os donos de restaurante fazem isso para economizar em buffet's de R$12,50, não é difícil inferir que o mesmo acontece onde se cobra R$1,30.

E mais uma vez, não é frescura, eu passo mal e muita gente provavelmente também. Se alguma situação desse tipo acontecer com vocês um dia, coloque suavemente sua mão no ombro da pessoa e fale: -Eu te entendo, mano.
                             
                                                                                 
NaHCO3 (Bicarbonato de Sódio)

terça-feira, 25 de novembro de 2014

About a Girl

Certo, certo. Vamos começar a falar sobre amenidades da vida cotidiana. E por onde melhor começar do que romance? Certo?

Em algum lugar do mundo existe uma garota. Ela gosta dos Beatles e dos Rolling Stones, assim como aquele soldado que morreu no Vietnã. Mas eu digresso...

Tenho certas teorias próprias, uma delas que teoriza que o romance está intimamente ligado com o humor e a alto-estima. Sabe quando seu dia não está lá essas coisas, quando parece que as pessoas te olham torto na rua e tu acaba tropeçando em um cachorro no caminho? Aquela sensação de insatisfação generalizada, de que mesmo após passar o tempo inteiro indo de cá para lá, estudar, trabalhar, seja o que for, aparentemente estamos no mesmo lugar? Estes são sinais que o humor está em declínio, ou já declinado. 

E dias, meses podem se seguir e não parecer haver melhoria alguma em relação ao andamento da vida em geral. Quando, absolutamente do nada, surge algo. 

E este algo geralmente vêm apresentado com pernas, braços e um sorriso maravilhoso. Uma pessoa que, sem nenhum motivo aparente, se destaca da multidão de silhuetas sem rosto que passam por nós diariamente. Nesse momento começamos a ter uma série de pensamentos relacionados a ela. Quem é? Ou do que gosta? Por que sorri tanto? Será que sofre de alguma doença mental? E mesmo que sofra, é adorável. 

Conforme estes pensamentos vão se formando, se elaborando, sem notar, o humor invariavelmente começa a aumentar. Aquela cena clássica do pobre coitado que acorda cedo com um despertador agonizante, levanta da cama e começa a cantar. Sai de casa, pega o ônibus lotado e ainda assim mantém um sorrisinho idiota no rosto. Mesmo nada tendo mudado na rotina dele, ele pensa naquela nova colega de trabalho, e magicamente o mundo começa a ficar um pouco mais colorido. As pessoas na rua não parecem mais tão tristes e ele jura que viu um ou dois sorrisos em meio à multidão. 

Se o objetivo da vida for decidido como sendo a felicidade, o romance é uma das maneiras mais simples de se conseguir alguma. 

Eu, pessoalmente, senti isso a pouco tempo. Ao pensar no assunto, comparei com a sensação que tive quando era criança, de ir com meu pai até o centro de comércio e vasculhar os jogos de videogame, sabendo que ele compraria um deles para mim. E ainda maior era a mescla de felicidade e expectativa no caminho de volta para casa, sabendo que quando eu chegasse iria ligar o videogame e começar mais uma aventura. 

A magia do romance é exatamente essa mistura de felicidade e expectativa. De ficar esperando o momento do dia em que ficará perto daquela pessoa, mesmo que seja apenas no horário de almoço.

Depois de elaborar todo este texto, acho que finalmente compreendo os motivos daquela garota lá do começo. Ela parece se distanciar e se aproximar tantas vezes que até cheguei a pensar que ela tinha algum tipo de prazer sórdido em brincar comigo. Mas é justamente isso! O romance é como uma brincadeira divertida. E enquanto houver o romance, a felicidade estará presente, inseparável. Te fazendo cantar pela manhã e te deixando com sorrisinhos idiotas no rosto. O mesmo sorrisinho de quando eu apertava o botão de ligar do meu videogame.

Hello World!

Como as simples e famosas primeiras linhas de código de qualquer aspirante a programador, estas são as minhas primeiras linhas para vocês todos. Espero ao menos entreter algum de vocês com minhas experiências e ideias. E a anonimidade é uma coisa maravilhosa para se ter aqui. Quem lê estas palavras, em sua maioria, não sabe se sou realmente um garoto ou uma garota, se sou bonito ou feio, se sou um travesti um neo-nazista. Mas quem eu sou e de onde venho pouco importa aqui. O que importa é que sou uma existência, uma entidade de onde todas essas experiências nasceram. Minha vida vale alguma coisa? Isso é para eu decidir. E enquanto eu continuo a minha busca por mim mesmo, torço para que eu consiga ajudar na busca de todos que ainda procuram por si próprios.

Seja bem vindo!