Paranoia: se refere a um sentimento de desconfiança persistente, excessivo e mal fundamentado." -Wikipedia.
Ultimamente, ando me deparado com alguns comportamentos muito estranhos por parte de colegas de faculdade. Como se estivessem a todo tempo com os braços levantados para proteger o rosto de possíveis ataques que pudessem se originar de qualquer pessoa à minha volta. Ou como se estivessem esperando o momento certo para levantar da cadeira, apontar o dedo e gritar "-Machista!" como uma declaração de vitória.
Sempre tentei me manter o mais neutro possível em relação a assuntos político-sociais. Sempre ouvindo todas as opiniões a respeito e refletindo sobre os pontos mais importantes. Inclusive, achei que essa forma era a mais comum de se comportar frente a tantos movimentos e correntes de pensamento diferentes que há por aí. Mas acabei descobrindo que mesmo no meio acadêmico, que supostamente deveria ser mais "culto", há um império de paranoias e irracionalidades.
Um caro colega, que frequentemente é alvo de opressões (palavrinha mais problemática essa!) por parte dos os outros, chegou uma vez a ser rechaçado de uma discussão por dizer simplesmente "-A vida não é fácil. Tu deve se acostumar a tomar umas porradas de vez em quando." O problema foi que ele disse isso a uma moça (mulher, menina, fêmea, XX, etc). E como boa paranoica, é claro que ela tomou a declaração como "opressão", e espalhou para todos que quisessem ouvir que o *amigo* era um machista opressor.
Desde que tomei conhecimento de certas situações envolvendo esse tipo de comportamento, confesso que me senti "oprimido" cada vez que estou presente nos vários círculos sociais dentro da universidade. Tenho que ficar atento a cada frase que formo na minha cabeça para que ao recitá-la em voz alta não haja chance de ela ser mal-interpretada, distorcida e recitada de volta em tom de "preconceito", "machismo", "opressão", "conservadorismo". E esse exercício me deixa exausto.
Então acontece uma sisão de pessoas e pensamentos. Acabo cada vez mais me cercando da menor quantidade de pessoas possível, pessoas que sei que não irão distorcer minhas frases, pessoas que irão dedicar ao menos algum esforço para compreender opiniões contrárias.
Moral da história: sou tomado como reacionário-machista-porco-capitalista pelas pessoas de fora do meu círculo, enquanto me considero apenas um estudante com pensamento livre.