quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Amor: Uma Visão Pessimista? Claro Que Não!

Amor. Love. Liebe. Amour. Amore. Todas as mais importantes culturas na história da humanidade conseguiram chegar a esta palavra, este conceito. O que tal signo designa, afinal de contas?


Temos várias teorias sobre o que é amor: desde as explicações espirituais sobre almas-gêmeas, até o mais puro empirismo biológico. Mas a visão sobre o amor mais esclarecedora e interessante que já tive contato foi com a Metafísica do Amor, de Arthur Schopenhauer.


Para Schopenhauer, o amor é um mecanismo, uma artimanha do princípio supremo da vontade de viver, que nos impele a garantir a nossa sobrevivência e a sobrevivência da espécie através da reprodução. Para o autor, o amor é a maquiagem necessária para o processo de perpetuação da espécie, que se dá a nível inconsciente, principalmente nos dias atuais. Ao observar tantas pessoas se reunindo nos sábados à noite em algum lugar barulhento, onde é difícil de manter uma conversa normal, reduzindo as barreiras da timidez no gargalo da garrafa, não é tão difícil de perceber o real motivo de todas aquelas pessoas estarem ali. Se perguntadas sobre o que levou elas a tomarem banho, se aprumarem e sair de casa, elas provavelmente não irão responder com "-Para encontrar um parceiro e gerar descendentes saudáveis.". Mas para Schopenhauer, esse 'verniz' que cobre as interações sociais é apenas um pretexto já visado pelo princípio da vontade de viver



A racionalidade do ser humano e o advento de convenções e normas chamadas 'politicamente corretas', forçaram o instinto humano a operar a nível inconsciente. Aquelas pessoas estão lá para encontrar um parceiro e reproduzir, mas quem em sã consciência afirmaria isso em público? E mesmo com a criação de métodos contraceptivos e soluções abortivas, o instinto de reprodução ainda existe no ser humano. E o amor, o desejo de estar perto de outra pessoa que te faça bem, o desejo sexual de tê-la, é a forma que a vontade de viver encontrou para garantir a sobrevivência da espécie.

Porém, não entenda mal! Schopenhauer não acreditava no amor como uma ilusão, muito pelo contrário: "o amor é coisa mais importante para o homem. Nada menos que a sobrevivência de toda uma espécie depende dele."


Assim como os animais mais feios, como os mangustos-anões, buscam seus parceiros para que a espécie não faça parte da lista de extinção, nós humanos tentamos desesperadamente fazer a mesma coisa. Nos apaixonamos, nos iludimos, nos arrependemos, tentamos novamente, nos iludimos novamente, nos arrependemos novamente e continuamos tentando. Essa é a força do amor. O motivo de tantos poemas, romances e tragédias. A coisa mais simples de se compreender, porém mais difícil de sentir.




Não tenha medo de dizer "-Eu te amo!". 

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